sábado, 1 de novembro de 2008

A contemporaneidade é Barroca?


... agora...
literatura " BEAT"
música gótica
revendo filmes clássicos ( M - O Vampiro de Düsseldorf /o próximo da lista)
estudando Nietzsche
arte Cindy Sherman


e sim, a contemporaneidade é Barroca ...

Um poema de amor - do " velho safado Bukowski”

Todas as mulheres, todos os beijos delas, as formas variadas como amam e falam e carecem.
Suas orelhas, elas todas têm orelhas e gargantas e vestidos e sapatos e automóveis e ex-maridos, principalmente as mulheres são, muito quentes elas me lembram a torrada amanteigada com a manteiga derretida nela. Há uma aparência no olho: elas foram tomadas, foram enganadas. Não sei mesmo o que fazer por elas. Sou um bom cozinheiro, um bom ouvinte, mas nunca aprendi a dançar — eu estava ocupado com coisas maiores.mas gostei das camas variadas, lá delas fumar um cigarro olhando pro teto. Não fui nocivo nem desonesto. Só um prendiz.
Sei que todas têm pés e cruzam descalças pelo assoalho; enquanto observo suas tímidas bundas na penumbra. Sei que gostam de mim algumas até me amam, mas eu amo só umas poucas.
Algumas me dão laranjas e pílulas de vitaminas; outras falam mansamente da infância e pais e paisagens; algumas são quase malucas, mas nenhuma delas é desprovida de sentido; algumas amam bem, outras nem tanto; as melhores no sexo nem sempre são as melhores em outras coisas; todas têm limites como eu tenho limites e nos aprendemos rapidamente.
Todas as mulheres, todas as mulheres, todos os quartos de dormir, os tapetes, as fotos as
cortinas, tudo mais ou menos como uma igreja, só raramente se ouve uma risada.
Essas orelhas, esses braços, esses cotovelos, esses olhos, olhando, o afeto e a carência me sustentaram, me sustentaram.
* foto Cindy Sherman

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